Dólar dispara a R$ 5,54 em semana marcada por “tarifaço” de Trump; Ibovespa cai com tensão no mercado

Nesta sexta-feira, 11 de julho de 2025, o dólar encerrou a semana em alta, cotado a R$ 5,5479, uma valorização de cerca de 0,10% em relação ao fechamento anterior Bora Investir +9 Dourados News +9 VEJA +9 . O movimento reflete a crescente apreensão dos investidores diante da ameaça de tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre importações brasileiras, previstas para entrarem em vigor em 1º de agosto.

a toy figurine on a pile of money
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Dólar dispara a R$ 5,54 em semana marcada por “tarifaço” de Trump; Ibovespa cai com tensão no mercado

Nesta sexta-feira, 11 de julho de 2025, o dólar encerrou a semana em alta, cotado a R$ 5,5479, uma valorização de cerca de 0,10% em relação ao fechamento anterior. O movimento reflete a crescente apreensão dos investidores diante da ameaça de tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre importações brasileiras, previstas para entrarem em vigor em 1º de agosto.

Contexto global e impacto no câmbio

Na quinta-feira (10), o dólar chegou a atingir máximas em torno de R$ 5,62, um salto de até 1,83% na abertura, antes de recuar durante o dia. Essa oscilação intensa foi impulsionada pela ofensiva tarifária de Trump, que ameaçou aplicar uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, em retaliação a ações do governo Lula, gerando incerteza nos mercados e enfraquecendo o real .

Reação do Ibovespa

A B3 também sentiu o impacto das notícias. O índice Ibovespa registrou queda de cerca de 1,3% na quarta-feira, consolidando a sensação de aversão ao risco. Nesta sexta, o recuo se prolongou, refletindo o cenário cambial e a perspectiva de custos mais altos para as exportações brasileiras.

Setores na berlinda

  • Indústria aeronáutica: empresas como a Embraer tiveram fortes perdas, com ADRs caindo até 7,8% em Wall Street após a perspectiva de arancelamento de seus produtos.

  • Café: contratos de café arábica recuaram 2,3% em Nova York, enquanto os preços à vista subiram 3%, resultado direto da cautela dos compradores internacionais.

  • Siderurgia e mineração: pressão sobre exportações para os EUA pode reduzir custos, mas gera incerteza.

Repercussão internacional

O anúncio também abriu espaço para reações no exterior. Em especial, o minério de cobre em Londres sofreu ajustes, embora mineradoras europeias como Anglo American, Glencore e Rio Tinto tenham se valorizado, impulsionadas pelas expectativas de novas tarifas sobre o cobre norte-americano.

Perspectivas para o Brasil

Analistas do Goldman Sachs estimam que essa onda de tarifas pode reduzir o PIB brasileiro entre 0,3 e 0,4 pontos percentuais . Já Citi e Bloomberg indicam que o impacto total poderia chegar a 1% do PIB, mas apontam que o efeito talvez não seja destrutivo — especialmente se o Brasil redirecionar exportações para outros destinos.

O governo Lula já anunciou que responderá com base na Lei de Reciprocidade Econômica, com possíveis retaliações comerciais programadas para agosto.